Nada vejo por esta cidade
Que não passe de um lugar comum
Mas o solo é de fertilidade
No jardim dos animais em jejumEsperando alvorecer de novo
Esperando anoitecer pra ver
A clareza da oitava estrela
Esperando a madrugada virE eu não posso com a mão retê-la
E eu não passo de um rapaz comum
Como e corro, trafego na rua
Fui graveto no bico do anumVez em quando sou dragão da lua
Momentâneo alienígena
A formiga em viva carne crua
Perecendo e naufragando o mar
Naufragando no marA papoula na terra do fogo
Sanguessuga sedenta de calor
Desemboco o canto nesse jogo
Como a cobra se contorce de dorRenegando a honra da família
Venerando todo ser criador
No avesso de um espelho claro
No chicote da barriga do boiNo mugido de uma vaca mansa
Foragido como judas em paz
A pessoa que você mais ama
No planeta vendo o mundo girar
Composição: Zé Ramalho.
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