O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicçãoÀ margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda canduraUm cara, um papo, um sopapo, um papelãoCria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e aturaO cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vaiÀ margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda canduraHomem de pedra, de pó, de pé no chãoNão habita, se habitua
Não habita, se habitua
Composição: Fernando Anitelli / Maíra Viana.
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