Habitantes das grandes cidades
Ouçam a voz dos últimos índios
No coração das últimas matas
Ouçam cantar a última Iara
Nos rios, nos mares, nos gritos
Das baleias e sereiasHabitantes das grandes cidades
Ouçam a voz dos mestres e sábios
Vejam sinais que chegam no espaço
Sigam as pegadas que deixo passar
As pistas, ruínas, os restos
Dos impérios submersos"O Grande Espírito quer falar
O Grande Espírito da Terra
A voz de Manitu, Tupan
Senhor dos Homens e das Feras
Mãe das fontes de água pura
Onça Pintada, Grande Sucuri
Calor de terra molhada de chuva
Vida que morre, renasce aqui e ali"Conheço o brilho das grandes cidades
Conheço o brilho do ouro dos homens
Meu coração sangra a todas as idades
Sonhos e impérios se erguem e somemTodas as feridas abertas na terra
Todos os venenos jogados nos mares
Todas as loucuras, doenças e guerras
O sangue e as lágrimas dos justos não se perderão!"O Grande Espírito falou
O Grande Espírito da Terra
A voz de Quetzalcoatl, Ixchel
Senhor das Aves e das Flores
Mãe da Lua e das Estrelas
Águia Dourada, Olho do Dragão
Respiração de fêmea se abrindo no parto
Luz solar, força da natureza"Conheço o brilho das grandes cidades
Conheço o brilho do ouro dos homens
Meu coração sangra a todas as idades
Sonhos e impérios se erguem e somemTodas as feridas abertas na terra
Todos os venenos jogados nos mares
Todas as loucuras, doenças e guerras
O sangue e as lágrimas dos justos não se perderão!
A não ser pra Terra!Como só os olhos de um louco podem ver, passam as raças e as estações, o planeta se rompe na dor de um parto, entre continentes que desmoronam em novas terras que surgem do oceano, e ao retorno dos deuses do espaço, acendem-se as luzes de nossa memória, LA COMEDIA HUMANA ET FINITA! Eu posso ver a idade do homem, eu ouço a canção perdida!
Composição: Marcus Viana.
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