Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mataO sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascataE abre-se a porta da arca
Lentamente surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarcaVendo ao longe aquela serra
E as planícies tão verdinhas
Diz Noé: "Que boa terra
Pra plantar as minhas vinhas"Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefanteE de dentro de um buraco
De uma janela aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta, e o tigre – "Não"A arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Entre os pulos da bicharada
Toda querendo sairAfinal com muito custo
Indo em fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animaisOs maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vidaLonge o arco-íris se esvai
E desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Erguem-se os astros em glóriaEnchem o céu de seus caprichos
Em meio à noite calada
Ouve-se a fala dos bichos
Na terra repovoada

Composição: Ernst Nahle / Toquinho / Vinícius de Moraes.

Sobre o Autor

Thiago Rosa
Thiago Rosa

Meu Nome é Thiago Rosa tenho 35 anos, residente em Itapeva - MG Sul de Minas e sou criador do site Chemical Music. Nosso site é voltado para todas as coisas relacionadas à música.

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