Oh, minha amada
Que os olhos teusSão cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breusOh, minha amada
Que olhos os teusQuanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teusOh, minha amada
Que olhos os teusSe Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teusAh, minha amada
De olhos ateusCria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus
Composição: Paulo Soledade / Vinícius de Moraes.
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