Um cavalete encilhado
Do baixeiro ao pelegão
Um cusco baio deitado
Com olhos de prontidão
Um sovéu de três ramal
Enrodilhado no chão
Um mouro sargo e crinudo
Atado no pára-peito
Sem o dono pra montá-lo
Arreio, cusco, e cavalo
Completando a parceria
Era assim que ele queria
Então vai ser do seu jeitoDe enfeite atrás do fogão
Num guardanapo bordado
Feito um quadro na parede
Escrito esse refrão
A saudade é potra guacha
Que sempre invade o galpão
E quanto mais se escorraça
Mais entra no coração
(O lar é a lembrança doce
Feita de paz e de pão)O mesmo galpão do fogo
Aquenta um banco vazio
Ali um mate cortado
Amarga a falta de alguém
O vento contra o oitão
Choramingando assovia
Um cantochão de aporfia
Dobrando a voz da saudade
Ficou o campo e as casas
O cusco, o baio e o mouro
Um cavalete encilhado
E a lembrança do que foi
A marca casco de boi
Passada de pai pra filho
E do filho para o neto
Continuidade da cria
Era assim que ele queria
Então vai ser do seu jeitoDe enfeite atrás do fogão
Num guardanapo bordado
Feito um quadro na parede
Escrito esse refrão
A saudade é potra guacha
Que sempre invade o galpão
E quanto mais se escorraça
Mais entra no coração
(O lar é a lembrança doce
Feita de paz e de pão)(Era assim que ele queria
Então vai ser do seu jeito)
Composição: Miguel Bicca.
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