Quantos manos se foram pra nunca mais voltar
Foram pro lado de lá será que eu vou encontrar
Sei lá só sei Jhow que pra morrer basta estar vivo
A morte chega de surpresa aí, não traz aviso
Na fumaça do cachimbo, na bala da automática
Na garrafa de pinga é suicídio de forma prática
E assim o povo morre e antes de morrer sofre
Mais um morto na quebrada é aquele corre corre
Uma moto a milhão, o piloto e o assassino
A mãe da vítima chorando enquanto quem matou tá rindo
Favela chora, o sangue escorre morro abaixo
Capeta atenta se os mano abraça é um abraço
A pedra faz os mano tudo de marionete, faz roubar
Bujão de gás, toca CD, vídeo cassete
Faz dar mancada é cobrado sem perdão
É arrastado de quebrada vai fumar pedra com o cão
O baguio tá sinistro ou cê morre ou cê mata
Veja a molecada só com os abridor de lata
Tudo pronto pra ação pra fazer mais mãe chorar
Os moleque de hoje em dia tão matando por matar
E no dia de finados cemitério tá lotado a mãe chorando
E o assassino do filho ali do lado, enterrado
Favelado se mata ninguém socorre
Como diz o ditado quem mata também morre
Os irmão tão se matando por nada, migalha
O amor foi esquecido hoje é a carne a navalha
Já vi mano matar por cada motivo bobo
Levar de quebra engatilhar explodir o globo
Agindo na maldade, frieza, crueldade
Homicídio doloso premeditado, covarde
As vezes sem motivo já vi nego subi o gás
Pra fala que é o pã, bam bam bam, que é o maisPsico da quebrada, ih! Psicopata Jão
Caçou a morte lacrou outro caixão
Ardósia, azulejo, granito lapidado
Jardim de pedra concreto e dor pra todo lado
Jardim de pedra ou cemitério tanto faz
O que eu sei? O que interessa, o que importa é que ali jaz
Uma pá de mano meu, uma pá de mano seu
Todos são filhos de Deus, mas na trilha se perdeu
Foi pro caminho errado, caíram em cilada
Entrou pro crime vira imã de bala leva rajada
Ai é prejuízo, não dá mais pra voltar atrás
Sua morada é no jardim de pedras esteja em paz
Truta cê viu qual é o prêmio da guerra?!
Matou até umas hora hoje tá debaixo da terra
Pra tudo dá um jeito mas da morte, não escapa
Toma cachaça o dia inteiro tá o pó e a capa
O dia inteiro só tomando dose por dose
Meu tio que Deus o tenha não escapou deu cirrose
Os boteco tá lotado os tiozinho embriagado
Quando voltar pra casa o filho dele vai ser espancado
Aí os boy vão descobrir porque que o filho mata o pai
Não é pela herança é porque não aguenta apanhar mais
A mulher não aguenta mais os filhos não aguentam mais
Pra tomar gastou o dinheiro do aluguel, luz e gás
Aí abusou da sorte caçou e achou a morte
E pro jardim de pedra ganhou um passaporte
Aí, o passaporte a viagem é só de ida
Sua vida vale mais do que pinga e kriptonitaEi Jão presta atenção vê se é isso que cê quer
Abraçar as drogas e larga os filho a mulher
A Polícia mata gente, o sistema oprime a gente
A gente mesmo mata a gente, será que cê não entende?!
Que é todo mundo contra a gente, e a gente se mata
A cada bala disparada é lucro a mais pros magnata
E mesmo assim a periferia chora
Sofre como sofre pobre senhora pobre
Vendo a foto do filho a lágrima e o peito aperta
2 de novembro mó tumulto no jardim de pedra
Mó choradeira, tristes recordações
Vida sofrida tristeza em vários corações
Mas fazer o que todo mundo nasce pá morrer
Mas não é pra facilitar Jão tem que saber viver
Na vida loka vários vão antes da hora
Abusou da sorte virou passado, história
História sem final feliz mais foi assim que cê quis
Um túmulo humilde com seu nome escrito de giz
Uma vela acesa sua mãe ali de joelho
Orando por você e chorando com os olhos vermelhos
Mó cena triste jardim de pedra é foda
Aonde cê olha uma pá de tia lágrimas transbordam
Sofrimento, tristeza, saudade, chorando de joelho
É que cê vê quem te amou de verdade
Composição: Thiagão.
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