Assim que é
Sem proceder não para em pé
Iê-iêRealidade é muito triste
Mas é no subúrbio sujismundo, submundo, que persiste o crime
Pegar o trem é arriscado
Trabalhador não tem escolha, então, enfrenta aquele trem lotadoÉ, não se sabe quem é quem, é assim
Pode ser ladrão ou não
Tudo bem se for pra mim
Se for polícia, fique esperto, ZéPois há lei da cobertura pra ele te socar, se quiser
O cheiro é mal de ponta a ponta
Mas, assim mesmo, normalmente, o que predomina é a maconha
E aos milhares, de todos os tiposDe manhã, na neurose
Como que pode ter um dia lindo?
Portas abertas, mesmo correndo
Lotado até o teto sempre estáMeu irmão, vai vendo
Não dá pra aguentar, sim, é o trem que é assim
Já estive, eu sei, já estive
Muita atenção, essa é a verdadeSubúrbio pra morrer (assim que é) vou dizer, é moleSubúrbio para morrer, vou dizer (é mole)
E agora se liga, você pode crer (é pra gravar, tá?)
Todo cuidado não basta, porque (é só um toque)
Subúrbio para morrer, vou dizer (é mole)Confira de perto, é bom conhecer (é pra gravar, tá?)
E agora se liga, você pode crer (é só um toque)
Todo cuidado não basta, porque (é mole)
Subúrbio para morrer (o bicho pega) vou dizerTodos os dias, mesma gente
É sempre andando, viajando, surfando, mais a mais não teme
Vários malucos, movimento quente
Vários moleques pra venderVem comprar, é aqui que vende
Quem diz que é surfista, é
Então, fica de pé, boto mó fé, assim que é
Se cair, vai pro saco (já era! Um abraço)Me lembro de um irmão, troço chato
Subia, descia por sobre o trem, sorria
Vinha da Barra Funda há dois anos, todo dia
Em cima do trem com os manosSurfistas, assim chamados são popularmente
Se levantou e encostou naquele fio
Tomou um choque, mas tão forte, que nem sentiu, foi às nuvens
Tá com Deus, mano Biro, sabeSubúrbio pra morrer (assim que é) vou dizer, é moleSubúrbio para morrer, vou dizer (é mole)
E agora se liga, você pode crer (ha, é pra gravar, tá?)
Todo cuidado não basta, porque (é só um toque)
Subúrbio para morrer, vou dizer (é mole)Confira de perto, é bom conhecer (é pra gravar, tá?)
E agora se liga, você pode crer (é só um toque)
Todo cuidado não basta, porque
O trem é assim, é assim que éE eu peço a Oxalá, e então, sempre vai nos guardar
Dai-nos forças pra lutar, sei que vai precisar
No trem, meu bom, é assim, é o que é
Então, centenas vão sentados e milhares vão em péE em todas as estações
Ali, preste atenção nos PF's
O trem para, o povo entra e sai
É, depois disso, o trem já se vaiMas o que é isto? Esquisito
E, várias vezes, assisti
Trabalhador na porta, tomando borrachadas
Marmitas amassadas, fardas, isso é lei?Vejam vocês, são cães, só querem humilhar toda vez
Aconteceu o ano passado, em Perus
Um maluco estava na paz, sem dever
É, caminhava na linha, assimA uns 100 metros dessa estação
É, preste atenção, repressão, segundo testemunhas dali, ouvi
Foi na cara dura assassinado, mas não foi divulgado
E ninguém está, não estáNinguém viu as mortes na Estrada de Ferro Santos – Jundiaí
E ninguém tá nem aí, Osasco – Itapevi
Do Brás a Mogi ou Tamanduateí
(Eu sei, já estive) é o fim, na real (já estive) é assimSubúrbio pra morrer (assim que é) vou dizer, é moleSubúrbio para morrer, vou dizer
E agora se liga, você pode crer
Todo cuidado não basta, porque
Subúrbio para morrer, vou dizer (é mole)Confira de perto, é bom conhecer (é pra gravar, tá?)
E agora se liga, você pode crer (é só um toque)
Todo cuidado não basta, porque (é mole)
Subúrbio para morrer, vou dizerNo trem é assim, é assim que é (o bicho pega)
Ô-uh-ô
É, sem proceder não para em pé
É, no trem é assim, é assim que é
Sem proceder não para em pé
Composição: RZO.
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