Deixa o moleque correr
Deixa o menino brincar
Dê asas para voar
Mas cuida pra não se envolver se vêEntão registre moleque ligeiro
Está no radinho fazendo dinheiro
Não tem carteira, mas fez seu destino
Rasgando a favela na fuga de moto
Quem vai lhe pegar?Mais um moleque perdido no beco
Jogava bola descalço, o chão em sua face o fazia feliz
E nas viagens sonhava em ser Bob Marley
E nas rimas almejava ser o Racionais
Com os amigos e tal cantando um fundo de quintal
Desandou geral na escola ele anda malE a vida vai voraz, sempre veloz demais
Quantas famílias já perderam a paz
E a vida vai voraz, sempre veloz demais
Quantos moleques não estão entre a gente maisE a vida vai voraz, sempre veloz demais
Quantas famílias já perderam a paz
E a vida vai voraz, sempre veloz demais
Quantos moleques não estão entre a gente maisMarcas do sofrimento, realidade perversa
Enquanto existem sapatos pisando em tapete persa
Num mundo globalizado, onde a pobreza nos cerca
Além de pilantras fardados, que lutam sua própria guerraNo glamour do crime, molecada ligeira
Bem armada, de campana na subida da ladeira
Está longe o futuro que reflete a esperança
E sem poder brincar agora já entrou na dançaBarulho de bala enquanto ele crescia
Em meio ao caos, chorava abafado, fazia a sua poesia
Mostrando a dura realidade de quem era
Um soldado destemido, um moleque de favela
Composição: André Vinte9 / Felipe Sousa / TALES DE POLLI.
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