Num saco de estopa com imbira amarrado
Eu tenho guardado a minha paixão
Uma bota velha, chapéu cor de ouro
Bainha de couro e um velho facãoTenho um par de esporas, um arreio e um laço
Um punhal de aço, rabo de tatu
Tenho uma guaiaca ainda perfeita
Caprichada e feita só de couro cruDo lampião quebrado só resta o pavio
Pra lembrar o frio eu também guardei
Um pelego branco que perdeu o pelo
Apesar do zelo com que eu cuideiTambém um cachimbo de canudo longo
Quantos pernilongos com ele espantei
Um estribo esquerdo que eu guardei com jeito
Porque o direito na cerca eu quebreiA nota fiscal já toda amarela
Da primeira sela que eu mesmo comprei
Lá em Soledade, na Casa da Cinta
230 na hora eu pagueiTambém o recibo, já todo amassado
Primeiro ordenado que eu faturei
É a minha tralha num saco amarrado
Num canto encostado que eu sempre guardeiPra mim representa um belo passado
A lida de gado que eu sempre gostei
Assim enfrentado um trabalho duro
Eu fiz o futuro sem violar a leiO saco é relíquia com os seus apetrechos
Não vendo e nem deixo ninguém por a mão
Nos trancos da vida aguentei o taco
E o ouro do saco é a recordação

Composição: José Caetano Erba / José Plínio Transferetti.

Sobre o Autor

Thiago Rosa
Thiago Rosa

Meu Nome é Thiago Rosa tenho 35 anos, residente em Itapeva - MG Sul de Minas e sou criador do site Chemical Music. Nosso site é voltado para todas as coisas relacionadas à música.

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