Você sabe de onde eu venho
De uma casinha que eu tenho
Fica dentro de um pomarÉ uma casa pequenina
Lá no alto da colina
De onde se ouve longe o marEntre as palmeiras bizarras
Cantam todas as cigarras
Sob o por de ouro do SolDo beiral vê-se o horizonte
No jardim canta uma fonte
E há na fonte um caracolDo jasmineiro tão branco
Tomba de leve no banco
A flor que ninguém colheuNo canteiro há uma rosinha
No aprisco uma ovelhinha
E em casa o meu cão e euJunto a minha cabeceira
Minha santa padroeira
Que está sempre em seu altarCuida de mim se adoeço
Vela por mim se adormeço
E me acorda devagarQuando desço pela estrada
E olho a casa abandonada
Sinto ao vê-la, não sei queAnda em tudo uma tristeza
Como é triste a natureza
Com saudades de vocêSe você é minha amiguinha
Venha ver minha casinha
Minha santa, meu pomarMeu cavalo é ligeiro
É uma légua só do outeiro
Chega a tempo de voltarMas, se acaso anoitecer
Tudo pode acontecer
O que será de mim depois?A casinha pequenina
Lá no alto da colina
Chega bem para nos dois
Composição: Vicente Celestino.
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