Tu disseste em juramento
Entre o véu do esquecimento
Que o meu nome é uma visão
Tu tiveste a impiedade
De sorrir desta saudade
Que me mata o coração
Se um retrato tu me deste
Foi zombando, tu disseste
Do amor que te ofertei
E eu em lágrimas desfeito
Quantas vezes junto ao peito
O teu retrato conserveiEu sei também ser ingrato!
Meu coração, bem vês, já não te quer
Eu ontem rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés de outra mulherEu que tanto te queria
Eu que tive a covardia
De chorar este amargor
Trago aqui despedaçado
O teu retrato, pois vingado
Hoje está o meu amorAs sentenças são extremas
Faça o mesmo aos meus poemas
Rasgue os versos que te fiz
Não te comova o meu pranto
Pois quem te amou tanto, tanto
Foi um doido, um infelizEu ontem rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés de outra mulher
Composição: Cândido das Neves Índio.
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