Tu precisas tanto
de amor e sossego
e eu preciso de um emprego
se mo arranjares
eu dou-te o que é preciso
por exemplo o paraíso
anda ao deus-dará
perdido nessas ruas
vou ser mais sincero
sinto que ando às arrecuas
preciso de galgar
as escadas do sucesso
e por isso é que eu te peço
arranja-me um emprego Arranja-me um emprego
pode ser na tua empresa
concerteza
que eu dava conta do recado
e para ti era um sossego Se meto os pés para dentro
a partir de agora
eu mete-os para fora
se dizia o que penso
eu posso estar atento
e pensar para dentro
se queres que seja duro
muito bem serei duro
se queres que seja doce
serei doce, ai isso juro
eu quero é ser o tal
e como tal reconhecido
e assim digo-te ao ouvido
arranja-me um emprego Arranja-me um emprego
pode ser na tua empresa
concerteza
que eu dava conta do recado
e para ti era um sossego Sbendo que as minhas intenções
são das mais sérias
partamos para férias
mas para ter férias
é preciso ter emprego
espera aí que eu já chego
agora pensa numa casa
com o mar ali ao pé
e nós os dois
a brindarmos com rosé
esqueço-me de tudo
com o por-do-sol assim
chega aqui ao pé de mim
arranja-me um emprego Arranja-me um emprego
pode ser na tua empresa
concerteza
que eu dava conta do recado
e para ti era um sossego Se em mandasse neles
os teus trabalhadores
seriam uns amores
greves era só
das seis e meia às sete
em frente a um cassetete
primeiro de Maio
só de quinze em quinze anos
feriado em Abril
só no dia dos enganos
e reivindicações
quanto baste ma non troppo
anda, bebe mais um copo
arranja-me um emprego Arranja-me um emprego
pode ser na tua empresa
concerteza
que eu dava conta do recado
e para ti era um sossego
Composição: Sérgio Godinho.
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